sábado, 16 de setembro de 2017

SOCIEDADE DO AÇÚCAR



Começa o dia para o senhor de engenho. Em um dos numerosos quartos da casa-grande, ele acorda, veste-se e vai fazer a primeira refeição do dia. A chegar à ampla sala, já estão sua mulher e seus filhos. A mobília é muito simples, mas os enfeites e as porcelanas são importados da Europa. A mesa está posta com pão, leite, doces e frutas. A família não tem o trabalho nem de servir. Afinal, as escravas estão aí para isso.

Terminada a refeição, enquanto sua mulher cuida do bom andamento da casa, dando ordens para os escravos domésticos, o senhor de engenho vai percorrer a propriedade para verificar o andamento do trabalho. É época de colheita da cana e há muita coisa a fazer.

Do feitor, ele quer saber se tudo está correndo bem nas plantações, se os escravos estão respeitando as ordens ou se cometeram alguma falta. Em seguida, o senhor de engenho vai verificar um carregamento de cana-de-açúcar que chegou de uma fazenda próxima da sua. Esse fazendeiro, seu vizinho, só tem as plantações de cana e depende das instalações de seu engenho para beneficiá-las. Isso lhe dará um bom lucro.

Próximo ao meio-dia, depois de conversar como mestre do açúcar o senhor volta à casa grande, onde toda sua família, e alguns vizinhos aguardam para almoçar. Na mesa há muita comida feita pelos escravos: arroz, feijão, farofa de mandioca, peixe salgado, frutas e doces. O capelão da fazenda faz uma oração de agradecimento e todos começam a comer. Terminado o almoço, o senhor de engenho conversa com alguns amigos e vai descansar, deitando-se numa rede na varanda de sua casa. Enquanto isso, sua mulher borda e costura junto com algumas escravas e seus filhos tem aulas com o capelão.

No final da tarde, a família vai para a capela rezar. Depois do jantar, todos ouvem musica tocada ao piano pela filha mais velha e vão dormir em suas camas de madeira, cobertas com tecidos adamascados.

Nem bem clareou o dia o feitor já está na frente da senzala esperando os escravos para levá-los ao local de trabalho. Também acordam muito cedo os escravos que trabalham na casa grande e dorme  lá mesmo, em cubículos nos porões. Podem comer mais e suas roupas são um pouco melhores, mas não usam nenhum calçado. Alguns escravos recolhem lenha pra acender o fogo. A cozinheira e algumas ajudantes preparam a refeição da família do senhor de engenho.

As mucamas ajudam a senhora e seus filhos a se vestirem e pentearem o cabelo. Enquanto isso, a ama de leite amamenta o filhinho dos senhores, que tem apenas alguns meses de vida e certamente está sentindo muita saudade de seu filho recém nascido que ficou na senzala aos cuidados de outra escrava.

Por volta das onze horas os escravos interrompem o trabalho na lavoura e o beneficiamento e vão fazer uma refeição, que consiste em feijão e farinha de mandioca. Devem estar pensando como é bom quando há banquete na casa grande. Recebem os restos de comida e no feijão são misturados os pés, o rabo e a orelha do porco. Essas partes são consideradas ruins pelo senhor.

Depois de comerem os escravos reiniciam imediatamente o trabalho. Após completarem uma jornada de mais de 15 horas, quase todos são reunidos pelo feitor. Alguns escravos ainda ficam trabalhando na fabricação do açúcar. Em certas épocas do ano a cana é moída sem interrupções.

Esses escravos tem muito medo, pois, apesar de exaustos, devem ficar acordados. Se sentirem sono podem sofrer graves acidentes. Os escravos que seguem de volta a senzala mostram em seu rosto uma profunda tristeza. Antes de serem recolhidos deverão assistira ao castigo de um escravo de apenas quinze anos de idade. Ele tentou fugir, mas foi apanhado e agora está amarrado ao tronco para ser chicoteado. Seu rosto também será marcado com ferro em brasa com a letra “F” de fujão, tudo terminado a porta da senzala se fecha. Os escravos vão dormir amontoados no chão frio e úmido.

Responda:

1 – Qual era a rotina diária:

            A – do senhor de engenho?

            B – da mulher do senhor de engenho?

            C – do feitor?
           

2 – No engenho a maioria dos escravos trabalhava nas plantações e na fabricação do açúcar. Somente alguns eram encarregados nas tarefas da casa grande.

            A – havia diferença de tratamento entre os escravos da lavoura e dos domésticos?

            B – Como era a rotina diária dos escravos que trabalhavam na lavoura e na fabricação de açúcar?
           


3 – Que comida típica brasileira originou-se da mistura do feijão com algumas partes do porco que eram consideradas ruins pelo senhor de engenho?




4 – Analise e escreva o que você entende destas afirmações: “Na sociedade colonial, o escravo era tratado como objeto, e não como ser humano” e “A vida no engenho era doce para o senhor e amarga para o escravo”




5 – Separe em colunas a as comida do senhor de engenho e do escravo

Por Profº Letícia Roxo

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