Com
toda repercussão sobre o caso da professora espancada em Santa Catarina ainda
me surpreendo com o ser humano, negativamente.
Após
ler sobre o fato e ouvir a professora agredida nas mídias me deparo com todos
os tipos de comentários, principalmente, legitimando a agressão sofrida.
Novamente,
vejo nítido o dualismo do contexto histórico o qual estamos vivendo, onde se
classifica e qualifica alguém por sua posição politica. Ou se é “coxinha” ou “
petralha” ou direita ou esquerda. E qualquer coisa se justifica por nossa
escolha politica ou ausência dela.
Acusam
a professora de ter merecido a agressão porque ela tem postura politicas de
esquerda, porque é contra governo golpista, porque defende a legalidade do
governo da presidenta Dilma, porque defende o exercício dos direitos humanos e
é contra deputado racista, homofóbico,
misógino e ditador. ( Eu tento entender o pensamento do ser humano, mas
confesso que tenho dificuldades. Não me
parece nada racional pensar que porque ela postou em seu facebook pessoal sobre
seu apoio a ovada a um politico escroto ela merece e apoio agressão física.
Pessoas que pensam desta forma devem pensar que a culpa do estupro é da roupa
curta ou que todo ladrão é negro e assim por diante).
Entretanto
pouco se fala dos sintomas, muito menos das causas da nossa sociedade estar tão
agressiva, violando direitos humanos básicos, cometendo crimes de intolerância
cada vez mais frequentes. Justificar o injustificável e atribuir a culpa a
vitima, hoje, está se tornando erva
daninha, só se prolifera.
Tristes
tempos onde o ser humano não deseja justiça ele busca vingança. Justiça com as
próprias mãos. Me vejo nos tempos atuais com o código de leis do rei Hamurabi e as pessoas, realmente,
acreditando que “olho por olho, dente por dente” é o mais acertado.
E
nesse contexto caótico era para emergir a figura do nosso judiciário, do
Ministério público para intervir e nos devolver uma “ paz social”. No entanto,
nosso governo é golpista (gasta nosso dinheiro para se livrar de seus crimes),
nosso legislativo é tão corrupto quanto (também está mais interessado em
camuflar seus atos ilícitos do que legislar para o povo), o judiciário
conivente (e usufruindo de seus muitos benefícios e privilégios). Ou seja,
governo doente, sociedade doente, instituições doentes, todos perderam a noção
de tantas coisas... mas, o bom senso e a legalidade foram as primeiras a nos
abandonar.
Voltamos, será, ao
estado de natureza de Hobbes?
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