A Guerra Fria, que teve seu
início logo após a Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União
Soviética (1991) é a designação atribuída ao período histórico de
disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União
Soviética, disputando a hegemonia política, econômica e militar no mundo.
Origem do nome
É chamada "fria"
porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a
inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear.
Causas
A União Soviética buscava
implantar o socialismo em outros países para que pudesse expandir a igualdade
social, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista),
igualdade social. Enquanto os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia
de mercado e propriedade privada.
Com o fim da Segunda Guerra
Mundial o contraste entre o capitalismo e socialismo era predominante entre a
política, ideologia e sistemas militares. Apesar da rivalidade e tentativa de
influenciar outros países, os Estados Unidos não conflitou a União Soviética (e
vice-versa) com armamentos, pois os dois países tinham em posse grande
quantidade de armamento nuclear, e um conflito armado direto significaria
o fim dos dois países e, possivelmente, da vida em nosso planeta. Porém
ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na
Coréia e no Vietnã
Com o objetivo de reforçar o
capitalismo, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, lança o Plano Marshal, que era um oferecimento
de empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países arrasados na
Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente. A partir desta
estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshall que
impedia seus aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto
pelo então inimigo político.
A Alemanha por sua vez,
aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União
Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta
forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlim
por vias aéreas provocando maior insatisfação soviética e o que provocou
a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.
Em 1949, os Estados Unidos
juntamente com seus aliados criam a Otan
(Organização do Tratado do Atlântico Norte) que tinha como objetivo manter
alianças militares para que estes pudessem se proteger em casos de ataque. Em
contra partida, a União Soviética assina com seus aliados o Pacto de Varsóvia que também tinha como
objetivo a união das forças militares de toda a Europa Oriental.
Entre os aliados da Otan
destacam-se: Estados Unidos, Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha
Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia, Espanha. E os
aliados do Pacto de Varsóvia destacam-se: União Soviética, Polônia, Cuba,
Alemanha Oriental, China, Coréia do Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia,
Albânia, Romênia.
A Guerra Fria foi um período
marcado pela corrida armamentista, onde Estados Unidos e União Soviética
tentavam superar militarmente seu oponente obtendo assim um conhecimento maior
e mais pleno do espaço. Porém essa tensão, gerada por capitalistas e
comunistas, impulsionou a ciência e a tecnologia de um modo jamais visto
durante toda a história humana. Por toda atenção que a bomba atômica chamou
após os ataques de Hiroshima e Nagasaki, os EUA concentrariam esforços nos
desenvolvimentos de artefatos nucleares, deixando de lado outros setores de
pesquisa, e o desenvolvimento de satélites e foguetes se daria em outro ritmo.
A Guerra Fria de fato impulsionou as pesquisas tecnológicas, a princípio por
motivos bélicos. Como num jogo de xadrez, EUA e URSS travaram uma batalha onde
“a paz era impossível e a guerra improvável”, tentando mostrar ao mundo qual
ideologia era a melhor, quem tinha melhor tecnologia. Nessa vontade de mostrar
ao mundo superioridade, EUA e URSS investiram em ciência, tecnologia, pesquisa,
sistemas de informação e telecomunicações, de um modo jamais visto.
As duas grandes agências de
espionagem, a KGB soviética e a CIA americana, treinavam agentes para atos de
sabotagem, assassinatos, chantagens e coleta de informações. Nos dois lados
criou-se um clima de histeria coletiva, em que qualquer cidadão poderia ser
acusado de espionagem a serviço do inimigo.
Na década de 1950, houve nos
Estados Unidos da América uma política intensa anticomunista. O
senador norte-americano Joseph McCarthy instituiu uma campanha de
perseguição aos comunistas que ficou conhecida como macartismo. McCarthy
afirmava que nos Estados Unidos estariam milhares de comunistas infiltrados,
agentes soviéticos agindo como espiões, articulando algum movimento contra o
país. O senador, reivindicando o patriotismo, solicitava em forma de apelo para
que a sociedade estadunidense delatasse os comunistas.
Envolvimentos Indiretos
Guerra da Coréia : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de
um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na
China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu
território. A região sul da Coréia resiste e, com o apoio militar dos Estados
Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953,
com a divisão da Coréia no paralelo 38. A Coréia do Norte ficou sob influência
soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coréia do Sul manteve o
sistema capitalista.
Guerra do Vietnã : Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou
com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar
de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados
vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país.
Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA
saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma
vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista.
Fim da Guerra Fria
A falta de democracia, o
atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a
crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e
as duas Alemanhas são reunificadas.
No começo da década de 1990,
o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do
socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os
EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um
período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso,
aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.
Por Profº Letícia Roxo
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